terça-feira, 3 de agosto de 2010

Como será que está?

Às vezes me vem à cabeça uma vontade de reunir meus antigos colegas de escola pra saber como começaram as histórias de suas vidas, como estão hoje, tanto profissionalmente como pessoalmente. Mas tenho medo do que vou ouvir.

Talvez me surpreenda vendo que os resultados não coincidiram com o rendimento normal ou com o da época de escola.

Conheço pessoas inteligentíssimas daquela época, que hoje são empregadas domésticas, não desmerecendo a classe, lógico. Mas acredito também numa P@#$% falta de oportunidade.
Onde eu nasci e estudei até os 17 anos, isso dá mais ou menos metade do 2º ano colegial, levando em conta que reprovei o 1º. (graças a Física, né Professor Leódigo?) Voltando.
Lá em Nova Brasilândia não existe uma unidade sequer do SENAI, indústria ou comércio atacadista. Lá, o forte é o agro negócio. Café, gado... E nanana.
Um ou outro curso de informática bacana pinta por lá. E com a inclusão digital as escolas também estão se adaptando e já existem grades curriculares com aulas de informática.
Mas o que queria mesmo saber, é por onde andam aquelas pessoas com quem eu convivi, pessoas que eu passava a maior parte do meu tempo e com as quais eu tive os melhores anos da minha vida. Anos esses que eu não precisava me preocupar com contas, tempo ou falta de grana. A minha única obrigação era tirar boas notas, e mesmo assim deixei a desejar. Meu histórico escolar não é dos mais azuis. :D
E isso não justifica muita coisa. Meu interesse pela leitura ainda continua o mesmo Eu lembro que passava horas na biblioteca quando não podia levar os livros que queria pra casa. Lembro também que adorava as aulas de historia e de geografia. Meus professores ajudaram muito, mas sempre tive mais interesse por matérias menos complexas. Química, física e matemática, serve pra quê?

Hoje de longe consigo resumir algumas historias.
Gravidez e casamento são as mais comuns.
Não que isso não seja bom ou vantajoso, só foge dos MEUS ideais, que, claro, não fazem a menor diferença pra essas pessoas. Afinal, a vida é delas. :D

Uma amiga minha me disse isso uma vez: Paula, você tem coração de interior, bobo, fresco e chorão, é forte como um Nortista, mas tem cara de cidade grande.
Talvez isso resuma muita coisa.

Sonho em fazer faculdade de direito, mas ao contrário da grande maioria, não quero estacionar em um órgão publico e viver a mercê do governo.
Quero exercer a profissão que eu escolhi, quero ajudar as pessoas, ter o meu escritório, os meus livros na estante e a minha secretária. (porque um secretário go go boy, tatuado e musculoso não ia pegar muito bem, mas que eu gostaria, eu gostaria. Só pra constar).

A remuneração tem que ser suficiente pra eu poder comprar um duplex, uma Mercedes e alimentar meus 10 cães. Nada tão absurdo assim.

Na sala da 8ª série, tinha um garoto que chamava Cláudio, Paulo, Marcelo, alguma coisa com O no final, isso eu lembro.
Ele tinha um irmão gêmeo, os dois eram evangélicos.
Pouco tempo atrás descobri que um deles morreu e o outro é Pastor de uma igreja evangélica.
Lembro da trágica morte da Rosana. Foi muito triste, ela era uma das maiores notas da sala, sempre.

Lembro também da freqüência com que mudávamos de profissão. Cada vez que me perguntavam eu dizia algo diferente, ou porque tinha visto na Tv, ou porque meu pai achava legal.
Eu queria ser veterinária porque odiava ver meus cachorros morrendo ou algum deles doente sem poder fazer nada. E bradava: “Quando eu crescer, vou ser veterinária mãe”.
Quando passei a ficar mais em casa e assistir o Jornal Nacional, cismei que iria ser jornalista, como a Ana Paula Padrão.
Agora, e já faz muito tempo que persisto nessa idéia, quero ser advogada.

Uma das historias que mais me comove, é a do meu primo-amigo Rogério.
Ele queria fazer faculdade de Educação Física, e até começou, mas voltou logo depois pra Rondônia e parou não lembro por que.
Ai veio o acidente que o deixou com algumas seqüelas, entre elas a dificuldade nos movimentos.
Mas não sei até onde isso o impede de concretizar seu sonho. Só sei que fico triste ao pensar que poderia ter sido tudo diferente. Apesar de que hoje ele é muito feliz.

Tenho muitas amigas já formadas, outras quase e algumas no começo de seus cursos universitários. Mas acredito que poucas de fato sobrevivam exclusivamente dos ganhos com a profissão.

As amigas com que eu mais convivia eram: Jamila e Michelle.
A Jamila casou-se com o Eduardo, eles tem uma casinha super charmosa e estão felizes. Moram ainda na mesma cidade.
A Michelle está concluindo o curso de fisioterapia e já mudou de cidade algumas vezes, agora está na capital, Porto Velho.

Nós zuavamos muito. Revezávamos um dia na casa de cada uma. Strogonoff, bolo, pizza, sempre inventávamos algo para fazer. Clube, piscina, vôlei, andar de bike.
Assim passávamos as horas juntas.
Quando ficamos maiorzinhas, e já tínhamos a confiança de nossas mães, saiamos para dançar nas festinhas. Naquela época ainda chamava DISCOTECA.
Eu adorava dançar, nem pensava em beijar ninguém, ou ficar paquerando. Eu realmente gostava de tomar refrigerante e dançar.
Meia noite era o máximo que minha mãe deixava. E aproveitada até o fim.

Meu primeiro beijo foi nessa discoteca, e posso contar? CREDO!
Foi horrível, com um menino insuportável e feio ainda por cima.
Hoje vejo o quanto fui ingênua. UHAUHAUAHUAHAUHAUAHUAH
Mas to bem melhor que ele, garanto. Rs. Mas, abafa.
A Jamila quase morreu de rir quando cheguei com aquela cara de nojo e falei “ aii que ruim”.
Realmente, paquerar não era o meu forte.

Nós crescemos nos distanciamos. (fisicamente falando) nossas histórias tomaram rumos diferentes. E o sonho de sermos madrinhas de casamento e filhos, uma das outras não virou realidade.

Espero que tudo esteja correndo bem pra todo mundo, assim como está pra mim. Apesar de longe do meu pai, aqui é o meu lugar, na cidade grande.
Um beijo.


UP DATE: 05/08/2010: O meu querido amigo e conselheiro Mesaque, lembrou-me dos velhos tempos no segundo ano, em que ele me passava cola. Realmente Mesaque, você está coberto de razão, eu colova LITROS de você. Aliás, não só eu né? Não é a toa que você passou tão fodidamente no  vestibular da Unir. Você sim, tem um grande futuro, e isso era totalmente previsível. Beijo, te amo.

Um comentário:

Mesaque' disse...

Saudadona daquela época. Saudade da Rosana. E das aulas da Profª Anália. kkkkkkkkkkkkk. Tempo bom! Ah, e quanta preguiça heim..rsrs.
Mix Michelli, não me esqueço desse apelido, huahuahua..