quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Um certo poeta..um lindo poema..

Há tempos que corria atrás de Drummond, e ele atrás de mim.
Tive preguiça, confesso.
Já era sabido que Drummond era apaixonado, e fazia-se apaixonar. Porém, era um derrotista convicto.
E eu não precisava de mais derrotistas, não mesmo. Ele esperou.

Hoje nos encontramos, Eu e Drummond, Drummond e Eu.
Sentamos frente a frente, e descobri que, o desajeito do amor já havia sido descoberto.

Ahh, eu cheguei tarde, queria lhes contar detalhadamente o quão trapalhão é esse sentimento.
Bobo..

Drummond me contou que sempre se achou ..feio, deslocado e tímido.
Aconselhou-me por um instante não amar. E escreveu isso num livro inteiro..tantas páginas.

Era um modernista, um marxista, mas não ateu. Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio

Acabo seduzida e leio muitas de suas poesias.

Ah! Ele me contou também, que as melhores cartas de amor, são as mais bregas, aquelas, escritas
quando o peito aperta e não se tem nenhum lápis por perto. Então você canta pra lembrar ..
Canta, canta, incessantemente, até decorar..

E quando o seu amor está perto, você chora e ri ao mesmo tempo..

Ei Drummond, talvez esteja ensaiando demais pra dizer..

Eu sinto que sem você, eu sou um pranto bem maior..


ps. saudade dói.

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