terça-feira, 17 de maio de 2011

Um presente.

Que sejam eles, os meus amigos, os lapidadores do meu caráter. Os apontadores dos meus erros, os que cometi imperceptívelmente. 

Então assim -
Entrego a vocês, caros amigos, formões. Para que, dia após dia, nessa vida que por ora não se finda, possam gentilmente me entalhar.
Quantas vezes por preciso, passível e possível, porque não?

Peço que não tentem colar as lascas que, por ventura se partirem...

Elas servem para lembrar que, por mais nobre que seja a madeira, ela pode se enfeiar.
Num corte mal tratado, num tombo desajeitado ou na mudança de um lar...

Não precisam me polir. Não sou das mais educadas, não fui nunca e não serei, jamais.

Peças lisas escorregam nas mãos do vento, não assossegam nas prateleiras e eu também não gosto, não.

Nos meus olhos pintem olheiras, pois as trago de antemão.

Quero ser suvenir de quem tem saudade, com escrita bem bonita: Lembrei de você.

Cabe a vocês, amigos queridos. Que me saia um bom presente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que belo texto, Anita. Espontâneo e rico como você. Saudade acumulada.

Mesaque' disse...

Paula, que texto lindo! Como supracitado pela colega leitora Gleise, é de uma espontaneidade surpreendente. Alias, vc o é sempre né! Parabéns...Tú tem futuro,rsrs, e eu torço para que seja o melhor possível! Beijos, Saudadeess!