segunda-feira, 12 de maio de 2008

Not to prejudice.



No meu ambiente de trabalho é comum ouvir comentários um tanto quanto desagradáveis a respeito de temas preconceituosos. Devo confessar que isso me incomoda, e muito.

Tem aquela né: O cliente sempre tem razão.
O trabalho é informal, e bastante descontraído, converso muito com minhas clientes, e na maioria das vezes elas contam sobre sua rotina em casa, no trabalho e com os relacionamentos.
É quase um confessionário, e tem as revistas de fofocas, de praxe. É aí que mora o perigo, existem aquelas que só comentam coisas do tipo " A fulana pôs botox, engordou, emagreceu".
Mas alguma pegam mais pesado, "nossa, ela casou com esse cara? negro?" "gente, eu não sabia que ele era gay, credo".
Tá, e daí ? porque o credo ?
Eu explico.
Elas ligam muito rápido, homossexualismo com sexo, pornografia e logo, com prostituição.
Eu particularmente separo da seguinte maneira: Amor, curiosidade e prazer.
Li outro dia um folheto de uma igreja que dizia assim: "Homossexualismo: doença"
É, eu leio a Biblía, e sei o que Deus disse á respeito disso, homem é pra mulher, como água é para apagar o fogo. Mas e o amor ao próximo sabe? Não contrariando de forma alguma os dizeres bíblicos. Mas como condenar o amor sincero? Porque não deixar que eles vivam como é de direito, eles são normais: mãos, braços e coração.
Claro, tem o clã dos pervertidos, que querem só sexo, e acaba por generalizar.
Aqueles sabe? que dizem eu sou macho, mas já ficou com outros homens, e não beija na boca, só quer o sexo e por consequência, o prazer.
E os curiosos, no colegial as meninas que querem provar o beijo de outra menina, ou uma simples brincadeira, rola um beijinho, e aí já vira um bafafá. "Tá sabendo? a Maria beijou a Joana, eca, que puta, nem vou mais chamar ela pro meu aniversário, credo"
E tem o amor, a cumplicidade entre casais gays é 50% maior do que casais hetero, isso foi comprovado. E na minha concepção, a razão para tanto, é justamente o preconceito, que faz com que muitos sofram por anos, para não magoar a família, os amigos e os fazer " passar vergonha". "Já pensou meu pai? Meu Deus minha mãe terá um troço, e meu irmão então? nem vai mais olhar na minha cara"
Mas alguém já parou pra pensar que a essência não muda? Que o que a gente é, vai ser sempre assim? Em vários países do mundo é natural que os homens se cumprimentem com beijos, até na boca. E nem por isso são taxados de gays. E se fossem ? O que tem demais nisso ?
Só fico triste pelo mundo em que vivemos, se você é baixo, gordo, alto, magro, narigudo, orelhudo, gay, careca, negro, lixeiro, garí. Tudo vira motivo de chacota e risada.
Nem o mundo, nem o ser humano perfeito existe, e não sonho nenhum pouco com isso, pois sei que é impossível. Mas já pensou como seria?

Not to prejudice: Não ao preconceito.
É justa toda e qualquer forma de amor.
É justo um negro presidente.
É justo ser gente.

Um beijo.

Até.

;*

4 comentários:

Rafael Gierwi disse...

Realmente o preconceito é um absurdo, e infelizmente está enrraizada na cultura brasileira. Já existem algumas campanhas sobre isso, mas sobre todos os tipos.

Anônimo disse...

Todo preconceito é burro, mas é difícil não ter preconceito, de verdade. Sempre temos. Por menos que digamos. Alguma coisinha fica escondida lá dentro da gente, alguma coisinha.

Fernando Gomes disse...

Já virou banalidade, mas nunca é demais ressaltar o quanto é ruim.

Obrigado pelo comentário no post do American Idol. Volte sempre:

Obrigado pelo comentário no post do American Idol, volte sempre:

And I Said Goddamn!

Lucas Oliveira disse...

O maior problema mundial hoje é o preconceito. Seja ele por homossexuais ou negros. E isso não é por querer, acho que nós humanos - sem perceber - 'mete o pau' à falar mal dos gays, sapatas, negros, gordos e baixinhos, só porque não temos o que falar!

Uma dica, Ana: manda essa 'muierada' ir pra ponte que caiu!

Um grande abraço e não falte na sexta feira lá na Folha da Semana!

Kisses