quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cicatrizes de felicidade.

Boa noite, boa noite!!!
Hoje tem: novidades e uma histórinha pra vocês saberem que minha vida é mara..uahuahau
Acordei por volta das 9 com o telefone tocando sem parar, quem era? Rááá, minha mãe , como sempre. Ligando pra me mandar fazer alguma coisa, buscar outras, ou simplesmente pra me acordar.
- Oi, mãe?
- Filha linda, maravilhosa, vitaminada (essa parte eu acrescentei, fica melhor assim) mande um curriculo para esse e-mail.
- Tá.

Mandei o e-mail e tals.

Telefone de novo.

- Oi ,mãe.
- Já mandou o e-mail?
- Já, mãe.
- Tá,tchau.
- Tchau.

Ai a mulher respondeu que era pra eu ir pra entrevista as 15:00h.

Telefone.

- Oi, mãe?!
- Se arruma, fica apresentável, se maqueia.
- Mãe, eu detesto maquiagem
- Então passa pelo menos um rímel.
- Tá,mãe.
- Solta o cabelo também.
- Tá mãe.
- Boa Sorte.
- Brigada Mãe. rs.

Lá vou eu, linda, semi-maquiada-no-rímel-que-minha-mãe-mandou-eu-passar, e muito confiante. Levei meu mp3 pra ouvir Lady Gaga. auahuahauha Sempre dá um UP ?!

Cheguei lá 20 minutos antes, sentei, bebi água e esperei.

A moça simpáááática pra caramba, o ambiente bacanérrimo.

Perguntas feitas, respostas dadas e fui embora.

No busão, voltando pra casa, toda agasalhada num calorrrrrrr.
Arranquei todas as blusas, e nessa de colocar e tirar a roupa, a blusa debaixo subiu um pouco.
Aiiiii uma tiazinha, uns 50tinha no máximo, olhou pra minha cicatriz, na RABIGA da apendicite e tals e disse: "nossssaaa fia, que dó, quequeocê feiz ai judiação menina?"
Vergonha mode on. Busão inteiro foca nesse momento na minha pança. Senti a vibração dos olhares. Juro!

Ai eu disse bemm baixinho, semi-sussurrando: É cirurgia de apêndice e tals.

Aiii ela rebentô diveiz co timão** "nossssssssssssa fia, que dó (de novo), ficou feia a cicatriz ein? cê tinha quatusanus?"

Eu morta, zumbi, respondendo: 12.

Coloquei a blusa, os fones no ouvido e sentei.

Meu banco vibrava, eu tremia.

Não existe no mundo, pra mim, assunto mais perturbador que essa nhaca de cicatriz.

Explico.

Quando eu tinha 12 anos, já era gordinha e tudo, operei o apêndice.
A cicatriz realmente ficou fora dos padrões desse tipo de intervenção, maaaas eu viva ?!
A verdade é que além de ter estourado e tals, ter sido mais complicada, eu tenho QUELÓIDE**.

Então, as pessoas que não me conhecem, aliás, nem as que me conhecem geralmente não sabem da história toda, não sabem o que eu passei pra carregar essa cicatriz. MUITO DIGNA DIGA-SE DE PASSAGEM. Mas isso tudo eu conto num próximo post.

Mas o que eu quero enfatizar é que quem mau conhece a gente, simplesmente demonstra um sentimento piedoso que eu não quero. Eu bem, com saúde, forte (demais) e viva o que é bem melhor, não?! E caso queiram expressar um sentimento desses perto de mim, que seja em um tom de voz menos estrondoso PELAMOR! Eu peço! rs.

Sempre foi assim, com as minhas tatuagens, principalmente.

Gente chegar metendo o dedão no meu pescoço e perguntando?!
- é de verdade essas estrelinhas?!
A vontade era de encarnar o Saraiva e responder.
Não, as de verdade estão no céu, isso é TA-TU-A-GEM!

Superado o momento AI QUE DOZINHA do dia, cheguei em casa.
Deitei no sofá coloquei no Universal Chanel pra ver House e o telefone toca.
Quem? quem?!
- Oi, mãe.
- Como foi lá filha?
- Ah, mãe, normal, as mesmas perguntas.
- Mas o que você achou? tem chances?!
- Sim, acho que sim.
- Vamos rezar ne?!
- Beijo, tchau
- Tchau mãe.

Desliguei, levei o prato de milho cozido na pia, telefone de novo.
Dessa vez não era minha mãe.
Era a Eliane, da entrevista.

- Alô.
- Quem?!
- Ana Paula
- Oi Ana, tudo bem? Eliane da entrevista.
- Tudo Eliane.
- Então Ana, vamos começar a trabalhar?!
- Vamos, vamos, vamos.
- Te espero amanhã, 8 horas, traga sua Carteira de Trabalho e docs.
- Beijos, tchau.


Yeahhhhhhhhhhhhhh! Consegui, graças as amigas da minha mãe, lá da clinica que deram a super dica de mandar o curriculo. Valeu Nina e Luciana.
E você também Mommy? Sempre persistente.

Até esqueci da vergonha que passei no busão, ficou tudo azul.

Foi legal demais. Poxa, foi mesmo.

Então, amanhã, as 8:00h estarei lá.

Gente, amo vocês, obrigada pelos e-mails, todos lindos e saber que vocês lêem e respondem é demais!
AMO AMO AMO!

Pai, saudade demais, mesmo!
Nino, te amo!

ps: sou fã de Sociologia agora! uahuahauhauhauahau INTERNA!



**Um queloide é um caso especial de cicatriz. São lesões fibroelásticas, avermelhadas, escuras, rosadas e as vezes brilhantes, com formato de corcova. Podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele e até mesmo espontâneamente. Geralmente crescem, e apesar de inofensivas, não contagiosas e indolores, as lesões podem se tornar um problema estético importante.

2 comentários:

Gleise Horn disse...

Ana, fiquei muito contente ao ler teu post- repleto de uma Ana ainda mais feliz e madura, tão jovem e já articulando tão bem as suas reflexões. Lembro-me de você por aqui - sinto saudades de nossas poucas, mas muito boas conversas. E que venham cicatrizes, hematomas, feridas, hecatombes de felicidade! "estamos aí, pra o que der e vier, estamos aí, pro amor e pra desilusão", grande Vinícius! rs... Bjoos, queridona.

Mesaque' disse...

Ana...Vc sempre bem humorada.
Ri muito do post...E que velhinha maldita heim? hehehe..Me divirto muito com seus textos...O melhor de tudo é transformar péssimas situações em histórias 'de fazer rir'. E vc faz isso com maestria. Mto Bom mesmo...Bjoss!