Há tempos que corria atrás de Drummond, e ele atrás de mim.
Tive preguiça, confesso.
Já era sabido que Drummond era apaixonado, e fazia-se apaixonar. Porém, era um derrotista convicto.
E eu não precisava de mais derrotistas, não mesmo. Ele esperou.
Hoje nos encontramos, Eu e Drummond, Drummond e Eu.
Sentamos frente a frente, e descobri que, o desajeito do amor já havia sido descoberto.
Ahh, eu cheguei tarde, queria lhes contar detalhadamente o quão trapalhão é esse sentimento.
Bobo..
Drummond me contou que sempre se achou ..feio, deslocado e tímido.
Aconselhou-me por um instante não amar. E escreveu isso num livro inteiro..tantas páginas.
Era um modernista, um marxista, mas não ateu. Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio
Acabo seduzida e leio muitas de suas poesias.
Ah! Ele me contou também, que as melhores cartas de amor, são as mais bregas, aquelas, escritas
quando o peito aperta e não se tem nenhum lápis por perto. Então você canta pra lembrar ..
Canta, canta, incessantemente, até decorar..
E quando o seu amor está perto, você chora e ri ao mesmo tempo..
Ei Drummond, talvez esteja ensaiando demais pra dizer..
Eu sinto que sem você, eu sou um pranto bem maior..
ps. saudade dói.
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