Chegando em PVH tomei um banho e disse pro meu pai que queria vê-lo logo.
Ele disse: - é melhor esperar filha, você não vai agüentar.
Mas eu queria ver ele de todo jeito.
Esperamos então a hora da visita. 15:00h. Eu fui com meu pai minha tia e uma amiga dela a Sônia.
Quando eu entrei no quarto, não tinha mais pernas, ver ele daquele jeito, magrinho, com a cabeça raspada, com sonda, e um monte de coisas grudado nele.
Eu entrei em desespero, comecei a beijar ele, e dizer que eu estava ali, e que eu ia ficar o tempo que ele quisesse, sem nem ao menos ele poder responder.
O Rogério teve várias seqüelas e complicações devido a forte pancada na cabeça.
Estava com a traquéia aberta para respirar melhor e por isso não falava.
Os braços e dedos bem machucados e atrofiados. O joelho esquerdo bem machucado e não dobrava. Ele não andava, não sentava. Enfim estava bastante debilitado.
Desse dia até o dia em que ele deixou de vez o hospital, revezávamos Eu, Adriana(cunhada), Tia Márcia (mãe) e a então namorada Talita.
Eram turnos de 12 horas, recebíamos fichinhas para almoç ar e jantar, a comida não era das melhores, mas eu gostava. O Rogério dependia da gente pra tudo.
Logo pela manhã, 7 ou 8 ele tomava o banho, que sempre era dado por um enfermeiro com a ajuda de uma de nós. Era banho de leito, ou seja ele não saia da cama, nós o molhávamos e o secávamos ali, e depois trocávamos a roupa de cama.
Depois era hora da fisioterapeuta funcional, aquela que mexia nas pernas, mãos, braços, enfim a que o ajudava a ter mais mobilidade.
Ensinava as acompanhantes a estimular a circulação, massageá-lo, e amarrá-lo.
A parte que mais dava pena, mas era pro bem dele.
Como na cidade é muito quente, e ele ficava 24 deitado, tínhamos de virá-lo na cama, para que não formasse escaras. E também passávamos pasta d´água regularmente.
A tarde tinha a fisio da respiração, essa sim judiava dele, tinha que aspirar o pulmão,- e nessa hora eu saia do quarto, ele tossia que parecia que ia morrer. Foi essa a fisio que o colocou na cadeira de rodas pela primeira vez. Um trabalhão pra mover aquele magrelo, mas que compensou. Dávamos altos roles pelo hospital, íamos até lá fora, e voltávamos rapidinho pois em PVH é muitoooooo quente, muitooo mesmo, e ele ficava sem ar.
A tarde também acontecia a troca de curativos, no caso dele, só um na cabeça, bem pequeno, pois cuidávamos para não formas escaras.
O resto do dia além dos remédios de hora em hora, ele não fazia mais nenhum trabalho com médicos. As quintas o neurologista dele, Dr. Bruno o visitava. Nos dois dias de visitas, tínhamos que revezar, e até mesmo burlar a segurança, pois queríamos ficar juntos dentro do quarto de uma só vez.
Todos na minha cidade ficaram abalados com o acidente, o Rogério sempre foi muito querido por lá.
Um beijo em vocês.
Eu já sei quem é meu amigo-virtual-lindo-secreto, tô feliz, ele é especial.
Amanha a história continua.
Fêfê, um beijo, eu te amo.
Paiiiiiiiiiiiii, que saudade paiiiii.
Fotinhos do Dédo, para vocês.
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda teu coração,
pois é dele que procedem as virtudes da vida"
(Provérbios, 4:23)
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